O diabetes gestacional (DMG) é uma condição que pode afetar futuras mães. Cerca de 18% das gestações são impactadas no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e o Ministério da Saúde (MS). Durante a gravidez, os níveis elevados de glicose no sangue podem se tornar preocupantes tanto para a mãe quanto para o bebê, especialmente se não forem gerenciados corretamente.
Algumas mulheres têm maior predisposição ao diabetes gestacional. Isso inclui aquelas com histórico familiar de diabetes, sobrepeso, obesidade ou que já desenvolveram essa condição em gestações anteriores.
O que acontece se a grávida tiver diabetes gestacional?
Mesmo que o diabetes gestacional possa não apresentar sintomas visíveis, é importante estar atenta a sinais como sede excessiva, urina frequente, fome aumentada e fadiga. O diagnóstico geralmente ocorre entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, através de testes de glicemia.
O tratamento do diabetes gestacional tem como objetivo manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal, garantindo a saúde da mãe e do bebê. Esse tratamento pode incluir mudanças no plano alimentar, prática de atividades físicas, monitoramento regular da glicemia e, em alguns casos, uso de insulina. É por isso que o acompanhamento pré-natal regular é tão importante para o diagnóstico precoce e o tratamento adequado do DMG.
Em 2011, o Brasil adotou novos critérios para diagnosticar o diabetes gestacional, estabelecidos pela SBD e pela Febrasgo. Essas mudanças permitiram identificar a condição de maneira mais precoce e abrangente, aumentando o número de mulheres diagnosticadas. Com métodos diagnósticos mais precisos e valores de corte mais rigorosos, foi possível classificar melhor a gravidade da condição, permitindo um tratamento mais personalizado.
A adoção desses novos critérios também alinhou o Brasil aos padrões internacionais para o diagnóstico do diabetes gestacional, facilitando a comparação de dados e o acesso a pesquisas e novas tecnologias.
Quais os riscos do diabetes gestacional para a grávida?
Embora o diabetes gestacional possa aumentar o risco de complicações durante o parto, como prematuridade e dificuldades no nascimento devido ao tamanho do bebê, a maioria das mulheres com essa condição pode ter um parto seguro e tranquilo com o acompanhamento pré-natal adequado.
É importante manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa recomendada pelo médico, o que pode ser alcançado com um plano alimentar balanceado, atividade física regular e medicações, quando necessário.
Consultas frequentes com o obstetra são fundamentais para monitorar o desenvolvimento do bebê e ajustar o tratamento conforme necessário. Alguns estudos apontam que com esse cuidado, os riscos potenciais são significativamente reduzidos:
Parto prematuro
Bebês de mulheres com diabetes gestacional podem ter até 6 vezes mais chances de nascer prematuramente em comparação com bebês de mulheres sem diabetes.
Macrosomia fetal
O risco de ter um bebê com peso superior a 4 kg (macrosomia fetal) pode ser até 4 vezes maior em mulheres com diabetes.
Além disso, a alta glicemia pode aumentar o risco de:
- Distocia de ombros: Entre 1,5% e 5% dos partos de mulheres com diabetes gestacional podem ter essa dificuldade.
- Parto instrumental: A necessidade de usar instrumentos como fórceps ou espátula pode ser até 2 vezes maior.
- Hipoglicemia neonatal: Bebês podem ter até 10 vezes mais chances de apresentar hipoglicemia após o nascimento.
Quando o diabetes gestacional é preocupante?
O diabetes gestacional não é apenas uma preocupação no Brasil, mas em todo o mundo. Afeta cerca de 15% das futuras mamães, de acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF). Isso significa que, a cada ano, cerca de 18 milhões de nascimentos são influenciados por essa condição, tornando o diabetes gestacional uma das complicações médicas mais comuns na gravidez.
A prevalência do diabetes gestacional varia bastante entre as regiões. Por exemplo, na África, cerca de 9,5% das gestantes são afetadas. No Sudeste Asiático, essa taxa sobe para 26,6%. Nas Américas, incluindo o Brasil, a prevalência está em torno de 17,8%.
Guia de cuidados para mamães com diabetes gestacional
O diabetes gestacional é um tipo de diabetes que surge durante a gravidez. Embora seja temporário, ele exige atenção e cuidados específicos para garantir a saúde da mãe e do bebê. Aqui está um guia passo a passo para ajudar em cada etapa, desde o diagnóstico até o parto:
Diagnóstico
Teste de glicemia em jejum: Entre a 24ª e a 28ª semana de gestação, seu médico poderá solicitar este exame para verificar seus níveis de glicose no sangue.
Teste de Tolerância à Glicose Oral (TTGO): Se o teste de glicemia em jejum apresentar alteração, o TTGO poderá ser realizado, com a ingestão de 75g de glicose e medição dos níveis em diferentes momentos.
Valores diagnósticos
- Glicemia em jejum ≥ 92 mg/dL.
- Glicemia no TTGO:
- 1ª hora ≥ 180 mg/dL.
- 2ª hora ≥ 153 mg/dL.
- Glicemia aleatória ≥ 155 mg/dL.
Acompanhamento pré-natal
Consultas frequentes: Consultas regulares com seu obstetra e outros profissionais, como nutricionista e endocrinologista, são essenciais para monitorar seu estado de saúde, os níveis de glicose e o desenvolvimento do bebê.
Exames complementares: Ultrassons, exames de sangue e outras avaliações podem ser realizados para acompanhar o crescimento do bebê e verificar possíveis complicações.
Ajustes no tratamento: Com base nos resultados dos exames e acompanhamentos, o médico poderá ajustar o plano de tratamento, incluindo plano alimentar individualizado, atividade física e medicações, se necessário.
Cuidados durante a gestação
Plano alimentar: Adote uma alimentação rica em fibras, proteínas magras, carboidratos integrais e com baixo teor de açúcares e gorduras saturadas.
Atividade física regular: Pratique exercícios físicos de acordo com as orientações do seu médico, como caminhadas, natação ou atividades leves em academias.
Monitoramento da glicemia: Utilize um glicosímetro para medir seus níveis de glicose no sangue em jejum e após as refeições, conforme orientação médica.
Gerenciamento do peso: Mantenha um ganho de peso adequado durante a gestação, seguindo as orientações do seu médico.
Gerenciamento do estresse: Pratique técnicas de relaxamento, como yoga, meditação ou respiração profunda, para ajudar a controlar o estresse.
Participação de grupos de apoio: Converse com seu médico sobre a possibilidade de participar de grupos de apoio para mulheres com diabetes gestacional, onde você encontrará suporte emocional e troca de experiências.
Parto seguro
Planejamento individualizado: Discuta com seu médico as opções de parto, como parto normal ou cesariana, considerando os riscos e benefícios de cada um para o seu caso específico.
Equipe multidisciplinar: Uma equipe multidisciplinar, incluindo obstetra, nutricionista, endocrinologista e outros profissionais, estará à disposição para garantir um parto seguro e saudável para você e seu bebê.
Gerenciamento da glicemia: O gerenciamento dos níveis de glicose no sangue durante o trabalho de parto pode prevenir complicações.
Monitoramento do bebê: O bebê será monitorado de perto durante o parto para garantir sua saúde e bem-estar.
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