Sinais de diabetes na pele: como cuidar e prevenir complicações

Os sinais de diabetes na pele podem ser um reflexo de níveis de glicose descontrolados e são frequentemente observados em pessoas com diabetes, especialmente quando a condição não está bem gerida. 

A pele, sendo o maior órgão do corpo, pode funcionar como um indicador importante da saúde geral de quem tem a condição.

A glicemia elevada afeta diretamente a circulação sanguínea, o que compromete a entrega de oxigênio e nutrientes essenciais às células da pele. Como resultado, a pele pode se tornar mais seca, menos capaz de se curar e mais suscetível a infecções e lesões.

Além disso, a capacidade do corpo de combater infecções também é prejudicada em níveis elevados de glicose, tornando o gerenciamento da pele uma prioridade.

Com cuidados adequados, é possível não apenas prevenir complicações, mas também promover uma pele mais saudável e resistente.

Identificar os sinais de diabetes na pele desde o início pode ser a chave para evitar problemas mais graves, como infecções crônicas, úlceras e dificuldades na cicatrização. 

Como o diabetes afeta a saúde da pele?

O diabetes pode ter um impacto significativo na saúde da pele, afetando não apenas a circulação sanguínea, mas também a capacidade do corpo de se defender contra infecções e de realizar reparos eficazes.

Quando os níveis de glicose no sangue estão elevados, o sangue se torna mais espesso e a circulação é prejudicada, o que dificulta a distribuição de oxigênio e nutrientes essenciais para a pele.

Como resultado, as células da pele têm uma função de reparação reduzida, o que aumenta o risco de feridas e lesões que demoram mais tempo para cicatrizar.

Além disso, o alto nível de glicose no sangue pode levar a dano nos nervos (neuropatia), o que reduz a sensibilidade da pele, principalmente nos pés e mãos.

Isso pode dificultar a detecção precoce de feridas ou infecções, uma vez que a pessoa pode não sentir dor ou desconforto, permitindo que pequenos problemas se agravem sem serem notados.

A pele seca é outro problema comum em pessoas com diabetes. A glicemia elevada interfere na função das glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de oleosidade natural da pele.

Sem essa proteção, a pele tende a perder hidratação, tornando-se mais ressecada e propensa a rachaduras e irritações.

Áreas como mãos, pés, tornozelos e canelas costumam ser as mais afetadas, aumentando a vulnerabilidade a infecções cutâneas, que podem se espalhar rapidamente devido à redução da função imunológica em pessoas com diabetes.

Adicionalmente, a inflamação crônica associada ao diabetes pode afetar diretamente a saúde da pele, promovendo a piora de condições dermatológicas já existentes, como a dermatite, psoríase e acne, além de favorecer o surgimento de novas complicações, como infecções de pele mais frequentes.

Sinais de diabetes na pele: o que observar?

Identificar os sinais de diabetes na pele possibilita agir rapidamente e evitar complicações graves. A pele de pessoas com diabetes pode apresentar uma série de alterações devido aos níveis de glicose elevados.

Abaixo, estão alguns dos sinais mais comuns que podem indicar que o diabetes não está bem controlado:

Pele seca e rachada

A desidratação e a diminuição da circulação sanguínea são comuns em pessoas com diabetes e podem levar à secura excessiva da pele. Quando a pele não recebe a hidratação e os nutrientes necessários, ela tende a ficar ressecada e rachada, especialmente nas áreas mais expostas, como as mãos, pés e tornozelos. A pele seca também pode ser mais propensa a irritações e ferimentos, o que pode complicar ainda mais o manejo do diabetes.

Infecções recorrentes

Indivíduos com diabetes têm uma capacidade imunológica reduzida, o que aumenta a susceptibilidade a infecções de pele, como furúnculos, micoses e dermatites. A glicemia elevada pode prejudicar o funcionamento do sistema imunológico, dificultando a resposta do corpo às infecções. Além disso, essas infecções podem se espalhar mais rapidamente e demorar mais tempo para cicatrizar, o que aumenta o risco de complicações.

Acantose nigricans

Essa condição é caracterizada pelo aparecimento de manchas escuras e espessas na pele, geralmente em áreas de dobras, como a parte de trás do pescoço, axilas e virilha.

A acantose nigricans é um sinal comum de resistência à insulina, que é frequentemente associado ao diabetes tipo 2.

A pele nessas áreas pode se tornar mais espessa e apresentar uma coloração mais escura, indicando que o manejo glicêmico pode não estar adequado.

Feridas que demoram a cicatrizar

Cortes, arranhões ou lesões em pessoas com diabetes podem levar mais tempo para cicatrizar devido à diminuição da circulação sanguínea e ao impacto da glicose elevada sobre os processos de cicatrização.

A retardada cicatrização aumenta o risco de infecções nas feridas, o que pode resultar em complicações sérias, como úlceras e infecções crônicas.

Coceira persistente

A coceira na pele pode ser um sinal de níveis elevados de glicose no sangue, especialmente quando associada à pele seca.

Além disso, a coceira pode ser causada por infecções de pele ou pela presença de fungos e bactérias, condições que são mais comuns em pessoas com diabetes.

A coceira constante pode indicar que o diabetes não está sendo controlado adequadamente e pode levar a arranhões que, por sua vez, aumentam o risco de lesões e infecções.

Cuidados essenciais com a pele para quem tem diabetes

Cuidar da pele ajuda a evitar complicações, especialmente quando se tem diabetes. Aqui estão algumas orientações práticas para manter a pele saudável:

  1. Monitorar a glicemia: Manter os níveis de glicose sob cuidado é o primeiro passo para prevenir problemas de pele. A monitorização constante da glicose ajuda a detectar e corrigir flutuações antes que afetem a pele. 
  2. Hidratar a pele regularmente: Como a pele de pessoas com diabetes tende a ser mais seca, é essencial usar hidratantes adequados para manter a umidade e prevenir rachaduras. Aplique cremes hidratantes, especialmente nas áreas mais propensas ao ressecamento, como os pés e mãos. 
  3. Inspecionar a pele regularmente: Verifique frequentemente a pele em busca de feridas, cortes ou sinais de infecção, especialmente nos pés, que podem ter menor sensibilidade devido ao diabetes. Trate qualquer ferida imediatamente para evitar complicações. 
  4. Usar sabonetes suaves e sem fragrância: Evite sabonetes agressivos que possam ressecar ainda mais a pele. Prefira sabonetes neutros e hidratantes, que ajudam a manter a barreira de proteção natural da pele. 
  5. Proteger a pele do sol: O diabetes pode tornar a pele mais sensível ao sol. Use protetor solar de amplo espectro para proteger a pele de danos causados pela radiação UV, que pode acelerar o envelhecimento e aumentar o risco de câncer de pele. 
  6. Tratar infecções rapidamente: Ao identificar sinais de infecção, como vermelhidão, calor ou pus, trate-as imediatamente com a ajuda de um profissional de saúde. Isso é importante para prevenir a propagação de infecções.

Afecções cutâneas comuns em pessoas com diabetes

Pessoas com diabetes estão mais propensas a desenvolver uma série de alterações cutâneas, muitas das quais podem ser infecciosas ou relacionadas à complicação da doença. Entre as condições mais comuns estão:

  1. Necrobiose lipoídica: Lesões crônicas e inflamadas, frequentemente localizadas nos membros inferiores, associadas a depósitos de gordura que podem comprometer a pele.
  2. Dermopatia diabética: Manchas arredondadas e acastanhadas na pele, comumente encontradas nas pernas, joelhos, cotovelos, tronco e abdômen. Elas não costumam causar dor, mas são indicativas de problemas circulatórios.
  3. Acantose nigricans: Aparecimento de manchas escuras e espessas, especialmente em áreas de dobras cutâneas, como pescoço, axilas e virilha, frequentemente associadas à resistência à insulina.
  4. Infecções cutâneas: Devido à alteração da função imunológica, pessoas com diabetes têm uma maior predisposição a infecções bacterianas, fúngicas e virais, o que pode dificultar a recuperação da pele.
  5. Pé diabético: Complicações nos pés, como úlceras, fissuras, feridas e deformidades, que podem evoluir rapidamente para quadros graves, caso não sejam tratados adequadamente.

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