Descobrir que se tem diabetes pode ser um momento desafiador e cheio de incertezas, mas também pode ser o início de uma nova jornada em que você assume o controle do seu bem-estar.
A chave para viver bem com diabetes está no autocuidado — um conjunto de práticas diárias que ajuda no manejo da glicemia e previne complicações.
Se você já se perguntou como realizar o autocuidado para diabetes, quais os cuidados para quem tem diabetes, ou quais as orientações para um paciente com diabetes, você está no lugar certo.
Como realizar o autocuidado para diabetes?
O autocuidado no diabetes envolve mais do que seguir as recomendações médicas — ele é um compromisso diário com a sua saúde, e a boa notícia é que, ao desenvolver essa habilidade, você pode ter uma vida longa e saudável.
A nutricionista Maristela Strufaldi, educadora em diabetes, da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que Sete Comportamentos do Autocuidado, foram introduzidos pela American Association of Diabetes Educators (AADE), hoje conhecida como Association of Diabetes Care & Education Specialists (ADCES).
Essa organização, fundada nos Estados Unidos, é referência mundial no apoio e educação para o tratamento do diabetes, e desenvolveu os sete comportamentos como parte de um modelo de educação em autogestão do diabetes. Vamos juntos nessa jornada?
Historicamente, o tratamento do diabetes era responsabilidade quase exclusiva dos médicos, com pouca participação ativa do paciente. No entanto, com o tempo, ficou claro que o sucesso do tratamento depende principalmente das ações diárias da própria pessoa, e não apenas das orientações médicas.
Assim, o conceito de autocuidado surgiu para tornar o paciente o protagonista do seu tratamento. “Os especialistas perceberam que era necessário oferecer ferramentas práticas e um guia claro para integrar o tratamento ao cotidiano de cada paciente.
Dessa forma, os Sete Comportamentos do Autocuidado foram estabelecidos, cobrindo os principais aspectos que precisam ser observados para um manejo eficaz do diabetes”, diz Maristela.
Esses comportamentos são:
- Alimentação saudável😋
- Atividade física🏃🏼♂️➡️
- Monitoramento da glicemia 👩🏼⚕️
- Uso Adequado de medicamentos 💊
- Solução de problemas 🤓
- Redução de riscos ✌🏼
- Adaptação saudável 😊
Esses pilares foram projetados para ensinar habilidades fundamentais e incentivar a autonomia do paciente, ajudando-o a tomar decisões diárias mais informadas e eficazes no controle do diabetes.
A importância dos 7 comportamentos no autocuidado do diabetes
O autocuidado é um conceito abrangente que envolve não apenas o manejo dos níveis de glicose no sangue, mas também a prevenção de complicações, a adaptação a mudanças no estilo de vida e a preservação da saúde mental.
Vamos mostrar como cada um dos Sete Comportamentos contribui para o bem-estar da pessoa com diabetes e quais são as orientações.
1. Alimentação saudável
Uma alimentação equilibrada é a base para quem tem diabetes. Maristela Strufaldi, especialista em nutrição e educadora em diabetes, explica que o ajuste do plano alimentar dieta para manter os níveis de glicose estáveis é essencial para evitar complicações a longo prazo.
O conceito de “alimentação saudável” inclui escolher alimentos ricos em fibras, como vegetais e grãos integrais, controlar as porções e evitar alimentos ultraprocessados.
A alimentação saudável também envolve a contagem correta de carboidratos e a escolha de gorduras saudáveis, como as encontradas no abacate e no azeite.
Esses hábitos alimentares promovem o controle glicêmico e evitam picos de açúcar no sangue, permitindo que o paciente tenha uma vida mais equilibrada e saudável.
2. Atividade física
O exercício físico regular traz inúmeros benefícios para quem tem diabetes. Além de melhorar a sensibilidade à insulina e ajudar a manter o peso sob controle, a atividade física também promove saúde mental, reduzindo o risco de depressão, que é comum entre pessoas com doenças crônicas.
O comportamento de autocuidado nesse aspecto envolve escolher uma atividade física prazerosa e adequada às condições do paciente. Caminhar, nadar ou andar de bicicleta são exemplos de atividades que podem ser facilmente incorporadas à rotina.
Monitorar os níveis de glicose antes e depois dos exercícios é fundamental para evitar episódios de hipoglicemia.
3. Monitoramento da glicemia
Uma das práticas mais importantes para quem vive com diabetes é o monitoramento regular dos níveis de glicose. Usar glicosímetros ou sensores contínuos de glicose permite que o paciente compreenda como diferentes fatores, como alimentação, estresse e atividade física, afetam seus níveis de açúcar no sangue.
Saber interpretar esses resultados e ajustar o tratamento com base nos dados obtidos é uma habilidade essencial para garantir o controle adequado da glicemia e evitar complicações graves, como hipoglicemias ou hiperglicemias.
4. Uso adequado de medicamentos
Seguir corretamente a prescrição médica é uma das principais orientações para quem tem diabetes. Isso inclui tomar os medicamentos nos horários certos e na dose adequada, bem como compreender o papel de cada medicação no controle da glicose.
Maristela reforça que, para quem usa insulina, é importante conhecer as técnicas de aplicação, como fazer a rotação dos locais de injeção e armazenar corretamente os medicamentos.
Essas práticas garantem a eficácia do tratamento e ajudam a prevenir complicações decorrentes do uso incorreto de medicamentos.
5. Solução de problemas
Mesmo com um bom planejamento, os níveis de glicose podem variar inesperadamente. Saber lidar com essas variações, como ajustar a alimentação ou a dosagem de medicamentos, é fundamental para manter o controle do diabetes.
A solução de problemas no autocuidado envolve estar preparado para situações como hipoglicemias ou hiperglicemias, e agir rapidamente para corrigir esses episódios.
Manter alimentos ou bebidas com carboidratos de rápida absorção por perto é uma estratégia simples que pode evitar complicações graves.
6. Redução de riscos
Reduzir os riscos relacionados ao diabetes é uma prática contínua. Isso inclui realizar exames periódicos, como hemoglobina glicada e avaliações oftalmológicas, e adotar um estilo de vida saudável, que previna complicações crônicas, como problemas renais e cardiovasculares.
A nutricionista destaca que a educação em diabetes é um fator essencial na redução de riscos. Participar de programas de educação e buscar orientação com profissionais capacitados ajuda o paciente a entender melhor sua condição e a tomar decisões informadas sobre o tratamento.
7. Adaptação saudável
O diabetes exige flexibilidade e adaptação constante. Mudanças na rotina, como viagens ou eventos sociais, podem afetar o controle glicêmico, e saber como se ajustar a essas situações é uma habilidade essencial no autocuidado.
Planejar com antecedência e buscar alternativas para manter a dieta equilibrada e a rotina de exercícios mesmo em situações diferentes são estratégias que ajudam o paciente a manter o controle, sem deixar de aproveitar a vida.
A importância do acompanhamento psicológico e emocional
O impacto do diabetes vai além das questões físicas. Viver com a condição pode gerar estresse, ansiedade e até depressão, que afetam diretamente a motivação e a capacidade de seguir as recomendações médicas.
Por isso, o acompanhamento psicológico dá o suporte emocional necessário e ajuda na adaptação saudável à rotina de cuidados.
Profissionais como psicólogos e terapeutas podem ajudar os pacientes a desenvolver estratégias para lidar com o estresse, enfrentar os desafios do dia a dia e encontrar um equilíbrio entre a gestão da doença e a correria do dia a dia.
Esse suporte evita o esgotamento emocional, comum em quem vive com uma condição, como o diabetes.
Benefícios do suporte psicológico no autocuidado:
Motivação e adesão ao tratamento
Manter uma rotina de autocuidado pode ser desafiador. O suporte emocional ajuda a manter a motivação e a resiliência, principalmente nos momentos em que o tratamento parece difícil ou cansativo.
Lidar com o estigma e as mudanças de vida
O diabetes muitas vezes exige mudanças significativas na rotina e nos hábitos, o que pode causar frustrações. O acompanhamento psicológico ajuda a lidar com essas mudanças de maneira positiva.
Gerenciamento do estresse
O estresse pode aumentar os níveis de glicose no sangue, dificultando o controle do diabetes. Técnicas de relaxamento, como meditação ou mindfulness, ajudam a reduzir o estresse e melhorar o bem-estar emocional e físico.
Prevenção da depressão e ansiedade
Pessoas com diabetes têm um risco maior de desenvolver depressão e ansiedade. Ter uma rede de apoio emocional e buscar ajuda quando necessário é crucial para o bem-estar mental e físico.
Incorporar o cuidado com a saúde mental ao plano de autocuidado no diabetes ajuda o paciente se adaptar à sua nova realidade de forma saudável e manter o equilíbrio emocional necessário para seguir com o tratamento a longo prazo.
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