Na terceira idade, o tipo mais comum de diabetes é o tipo 2, que está presente em pelo menos 90% dos casos. Este tipo de diabetes está frequentemente associado a fatores como genética, envelhecimento, excesso de peso e sedentarismo. A gestão do diabetes em idosos requer uma abordagem multifacetada.
Na hora de de avaliar é importante incluir alimentação adequada, atividade física regular e, quando necessário, medicação. O papel das fibras alimentares, por exemplo, é ainda mais importante nesta faixa etária, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue.
O avanço da tecnologia com o desenvolvimento de novos fármacos e dispositivos de monitoramento facilitaram o controle glicêmico e melhoraram a qualidade de vida dos idosos com diabetes.
No entanto, cada indivíduo é único, e o que funciona para uma pessoa pode não ser adequado para outra. Portanto, o plano de cuidados deve ser personalizado para atender às necessidades específicas de cada paciente.
Diante deste cenário, orientações para o tratamento e prevenção do diabetes nesta faixa etária também se tornaram prioritárias. O estudo “Abordagem do paciente idoso com diabetes mellitus”, feito pelos médicos Fábio Moura, João Eduardo Nunes Salles, Fernando Valente, Bianca de Almeida-Pititto, Reine Marie Chaves Fonseca e Saulo Cavalcanti, aponta cuidados que o diabetes em idosos inspira.
A pesquisa fez metanálise com outros 26 estudos, que evidenciaram aumento de 68% do risco de alterações da mobilidade, aumento de 87% do risco de não conseguir realizar as atividades da vida cotidiana e aumento de 67% da incapacidade de realizar atividades instrumentais da vida diária.
O mecanismo através do qual a condição leva a essas alterações não é totalmente conhecido, mas o aumento no catabolismo e a inflamação crônica decorrentes da hiperglicemia estão implicados nesse processo, comentam os autores.
Por que idosos têm uma maior predisposição a desenvolver diabetes?
A predisposição dos idosos ao desenvolvimento de diabetes está associada a diversas mudanças fisiológicas que podem afetar o metabolismo da glicose e a função da insulina. Fatores como a diminuição da massa muscular, o aumento da gordura corporal, a redução da atividade física e a presença de comorbidades são comuns nessa faixa etária e podem levar à resistência à insulina. Além disso, alterações na secreção de insulina pelo pâncreas, comuns no processo de envelhecimento, também interferem.
O diabetes em idosos é um desafio crescente para famílias e profissionais de saúde. Com o envelhecimento da população, é essencial aprofundar o conhecimento e melhorar o tratamento dessa condição.
O envelhecimento da população brasileira tem se intensificado, especialmente desde o último Censo Demográfico de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o levantamento, houve um aumento de 57,4% no número de idosos no Brasil entre 2010 e 2022.
Em 2022, o total de pessoas com 65 anos ou mais no país chegou a 22.169.101, representando 10,9% da população. Em 2010, esse número era de 14.081.477, ou 7,4% da população.
Felizmente, houve avanços nos estudos e tratamentos para o diabetes em idosos. Novas pesquisas estão ajudando a entender melhor como a condição afeta essa faixa etária, e desenvolvimentos em medicamentos e estratégias de cuidados estão oferecendo novas esperanças para uma gestão mais equilibrada da doença.
Qual o tipo de diabetes mais comum na terceira idade?
A presença de sarcopenia, que é a perda de massa muscular relacionada à idade, e a fragilidade, caracterizada pela diminuição das reservas biológicas e da capacidade de resposta a eventos estressantes, são condições que podem ser exacerbadas pelo diabetes e, por sua vez, aumentar a vulnerabilidade ao desenvolvimento da doença. A síndrome de fragilidade, em particular, foi identificada como um fator preditivo para quedas, agravamento da mobilidade, incapacidade nas atividades cotidianas, hospitalização e morte.
Além dos fatores físicos, pacientes idosos com diabetes também têm maior incidência de alterações cognitivas e quadros demenciais, como a demência vascular e a doença de Alzheimer. Essas condições podem ser influenciadas pela resistência à insulina, que é uma característica central do diabetes.
A relação entre Alzheimer e diabetes é complexa e ainda requer mais estudos, mas evidências sugerem que a resistência à insulina cerebral pode favorecer o depósito de placas amiloides no cérebro, que estão associadas à perda de memória e outras disfunções cognitivas.
Embora a predisposição genética possa tornar algumas pessoas mais suscetíveis ao diabetes, fatores ambientais e de estilo de vida, como dieta e exercício físico, também influenciam no desenvolvimento da doença. Uma alimentação adequada, rica em nutrientes e pobre em carboidratos refinados e gorduras saturadas, com a prática regular de atividades físicas, são medidas fundamentais para a manutenção da saúde metabólica em idosos.
Tratamento de diabetes em idosos
Muitos idosos podem não estar cientes dos sintomas ou da importância do controle glicêmico. Por isso, precisam de ações educativas que proporcionem conhecimento sobre suas condições de saúde.
Além disso, é importante mostrar a necessidade de um estilo de vida ativo e uma alimentação saudável. Sem esquecer que deve ser adaptada às limitações e necessidades nutricionais dos mais velhos. O apoio familiar também ajuda na monitorização dos níveis de açúcar no sangue, na administração de medicamentos e no acompanhamento a consultas médicas.
O médico geriatra Jonas Gordilho Souza no podcast da SBD orienta que o idoso com diabetes tome cuidados. O primeiro, é o acompanhamento frequente com o médico assistente. Além disso, recomenda uma equipe multidisciplinar para ajudar na prevenção e mitigação de risco associado ao tratamento.
Segundo Gordilho, a apresentação do diabetes no idoso é diferente quando comparada ao paciente jovem. Há uma frequência aumentada de condições como demências, incluindo a doença de Alzheimer, depressão, quedas e alterações sensoriais que incluem a visão e a audição.
Além disso, os idosos com diabetes podem apresentar incontinência urinária e a síndrome de fragilidade. Essa condição faz com que o paciente sofra perda de massa muscular. Além disso, enfrentará múltiplas complicações em diversos aspectos da saúde.
Sintomas do diabetes em idosos
Os sintomas do diabetes em idosos podem ser sutis e, muitas vezes, confundidos com sinais normais do envelhecimento ou outras condições de saúde. Fique atento aos seguintes sinais:
- Sede excessiva: Um aumento notável na necessidade de beber líquidos pode ser um indicativo de níveis elevados de glicose no sangue.
- Aumento da frequência urinária: Se há uma necessidade frequente de urinar, especialmente à noite, isso pode ser um sinal de alerta.
- Fome constante: Um apetite insaciável pode ocorrer mesmo quando a pessoa está consumindo uma quantidade adequada de alimentos.
- Perda de peso não intencional: A perda de peso sem uma razão aparente pode ser um sintoma de diabetes. Nesse caso, o corpo não consegue absorver e utilizar a glicose adequadamente.
- Fadiga: Sentir-se cansado ou exausto sem motivo pode ser resultado de níveis inadequados de glicose.
- Visão turva: Altos níveis de açúcar no sangue podem afetar a visão, causando embaçamento visual temporário.
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