Diabetes e suplementos: opções que podem apoiar o tratamento

A suplementação nutricional tem sido um recurso complementar no tratamento da diabetes tipo 1 e tipo 2.

Para pessoas com diabetes, o uso de suplementos pode ajudar no gerenciamento dos níveis de glicose no sangue, proporcionando benefícios à saúde e reduzindo o risco de complicações associadas à condição.

No entanto, é fundamental que o uso de suplementos para diabetes seja sempre supervisionado por profissionais de saúde, garantindo um manejo seguro e eficaz.

Diabetes e suplementos: qual o melhor?

O diabetes é uma condição que afeta a capacidade do corpo de produzir ou utilizar adequadamente a insulina, resultando em níveis elevados de açúcar no sangue. Por isso, a importância de uma alimentação equilibrada e personalizada, a prática de atividades físicas e o uso de medicamentos prescritos, quando necessário.

Suplementos podem servir como um apoio na melhora da sensibilidade à insulina, redução da inflamação e suporte ao metabolismo.

Cada suplemento tem uma função no organismo. No processo de tratamento, podem ocorrer perdas de vitaminas e minerais em pessoas com diabetes devido a possíveis perdas urinárias, redução da capacidade de absorção intestinal e graças à baixa ingestão dietética.

Mas cabe um alerta: dosagens e a necessidade de reposição de suplementos deve ser indicação da equipe de saúde. Somente os profissionais, saberão sugerir dosagens e quais devem fazer parte do tratamento.

1. Magnésio

O magnésio é um mineral essencial que desempenha funções vitais no organismo, incluindo o controle da glicose e a sensibilidade à insulina.

Estudos sugerem que níveis baixos de magnésio podem estar associados a um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2. Pacientes diabéticos frequentemente apresentam deficiência de magnésio, o que pode piorar o controle glicêmico.

Benefícios:

  1. Melhora a sensibilidade à insulina
  2. Auxilia na redução da pressão arterial
  3. Reduz o risco de complicações cardiovasculares

Fontes alimentares:

Verduras escuras, nozes, sementes e grãos integrais são ricos em magnésio, mas, para diabéticos com deficiência, a suplementação pode ser necessária.

2. Cromo

O cromo é um mineral que ajuda o corpo a metabolizar carboidratos e lipídios, além de melhorar a ação da insulina. Há evidências de que a suplementação com cromo pode reduzir os níveis de glicose no sangue e melhorar a hemoglobina glicada (HbA1c) em pessoas com diabetes tipo 2.

Benefícios:

  1. Melhora a ação da insulina
  2. Reduz os níveis de glicose no sangue
  3. Auxilia na redução de picos glicêmicos pósprandiais

Fontes alimentares:

Carnes, brócolis e grãos integrais contêm cromo, mas a suplementação pode ser necessária para atingir os níveis terapêuticos.

3. Ômega3

Os ácidos graxos ômega3, encontrados principalmente em peixes de águas frias como salmão e sardinha, são conhecidos por suas propriedades antiinflamatórias e por promoverem a saúde cardiovascular.

Para diabéticos, o consumo de ômega3 pode ajudar a melhorar os níveis de triglicerídeos, um problema comum nessa população.

Benefícios:

  1. Reduz inflamações
  2. Melhora os níveis de colesterol e triglicerídeos
  3. Promove a saúde cardiovascular, reduzindo o risco de infartos e AVCs

Fontes alimentares:

Salmão, sardinha, atum, chia e linhaça são boas fontes de ômega3.

4. Vitamina D

A vitamina D é fundamental para a saúde óssea, mas também tem um impacto significativo na sensibilidade à insulina e na função imunológica. Estudos mostram que níveis baixos de vitamina D estão relacionados a um risco maior de resistência à insulina e diabetes tipo 2.

Benefícios:

  1. Melhora a sensibilidade à insulina
  2. Fortalece o sistema imunológico
  3. Ajuda a prevenir complicações ósseas

Fontes alimentares:

A luz solar é a principal fonte de vitamina D, mas alimentos como peixes gordurosos, gemas de ovo e alimentos fortificados também fornecem pequenas quantidades.

5. Berberina

A berberina é um composto natural encontrado em plantas como o goldenseal e a uva de Oregon.

Ela tem sido amplamente estudada por sua capacidade de melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir os níveis de glicose no sangue.

Algumas pesquisas mostram que a berberina pode ser tão eficaz quanto a metformina, um medicamento amplamente utilizado para controlar o diabetes tipo 2.

Benefícios:

  1. Reduz os níveis de glicose no sangue
  2. Melhora a sensibilidade à insulina
  3. Ajuda no controle do colesterol e triglicerídeos

6. Ácido Alfa Lipóico (ALA)

O ácido alfa lipóico é um potente antioxidante que pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir os sintomas de neuropatia diabética, uma complicação comum do diabetes. Além disso, o ALA também auxilia na regeneração de outros antioxidantes no corpo.

Benefícios:

  1. Reduz os níveis de glicose
  2. Melhora a sensibilidade à insulina
  3. Alivia os sintomas da neuropatia diabética, como dor e formigamento nos pés

7. Coenzima Q10 (CoQ10)

A CoQ10 é um antioxidante que o corpo utiliza para produzir energia celular. Em diabéticos, a suplementação com CoQ10 pode ajudar a reduzir o estresse oxidativo e melhorar a função cardíaca.

Benefícios:

  1. Reduz o estresse oxidativo
  2. Melhora a função cardíaca
  3. Pode melhorar os níveis de energia

Suplementos como adjuvantes no tratamento do diabetes

A alta prevalência do diabetes tem incentivado pesquisadores a buscar alternativas que melhorem a qualidade de vida das dos diabéticos.

Um estudo recente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), conduzido por especialistas dos programas de PósGraduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente (PPGMAA) e em Endocrinologia (PPG Endo), investiga os potenciais benefícios de probióticos, prebióticos e simbióticos no plano alimentar de pessoas com diabetes.

Publicado na revista Diabetologia, o artigo apresenta uma revisão sistemática e uma metaanálise de ensaios clínicos que avaliaram como a suplementação dessas substâncias influencia a microbiota intestinal, bem como os níveis de glicose e lipídios em indivíduos com diabetes.

Embora os resultados indiquem que a inclusão de probióticos, prebióticos e simbióticos pode resultar em melhorias nas variáveis metabólicas dos pacientes, os pesquisadores enfatizam que esses suplementos não devem substituir os medicamentos convencionais utilizados no tratamento da doença.

A professora Patrícia Bock ressalta a complexidade do diabetes, que causa várias alterações no organismo, desde flutuações nos níveis de glicose até respostas inflamatórias e problemas cardíacos.

Assim, é importante que o tratamento inclua uma combinação de plano alimentar adaptado, atividade física e medicação, com foco no gerenciamento glicêmico.

Os dados do estudo sugerem que essas suplementações podem ser um recurso valioso, especialmente para aqueles que têm dificuldades em estabilizar seus níveis de glicose.

Continuidade da pesquisa

A pesquisa revisou mais de cinco mil artigos, identificando apenas 38 que atendiam aos critérios necessários, como o uso de probióticos, prebióticos ou simbióticos por pelo menos três meses em pacientes com diabetes tipo 2.

Embora os achados sugiram uma possibilidade de melhoria no metabolismo glicêmico, a diversidade nas metodologias dos estudos analisados impede conclusões definitivas.

Os pesquisadores reconhecem que essas substâncias têm um potencial coadjuvante no tratamento, mas não constituem uma solução mágica.

A importância desse estudo está na busca contínua por mais pesquisas que validem e ampliem o conhecimento sobre a relação entre microbiota intestinal e diabetes, uma vez que mais ensaios clínicos são necessários para determinar as dosagens e o tempo de uso efetivos para obter benefícios significativos no controle da doença.

Embora os suplementos possam oferecer benefícios significativos para pessoas com diabetes, é fundamental que o uso seja sempre supervisionado por profissionais de saúde.

O excesso ou o uso inadequado de certos suplementos pode interferir com medicamentos ou causar efeitos adversos. Além disso, a resposta aos suplementos pode variar de pessoa para pessoa, tornando importante a individualização do tratamento.

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