Prevenção da neuropatia diabética: como evitar complicações

A prevenção da neuropatia diabética é fundamental. A condição é uma complicação comum do diabetes, resultante do aumento dos níveis de glicose no sangue que danificam os nervos.

A neuropatia pode afetar diversas partes do corpo, como os pés, mãos e órgãos internos. E, dessa forma, pode comprometer a sensação, a mobilidade e a função de sistemas vitais.

Além disso, a prevenção da neuropatia diabética evita complicações sérias, como amputações, problemas cardíacos e dificuldades no controle da pressão arterial.

A Sociedade Brasileira de Diabetes alerta que a neuropatia diabética afeta até 50% das pessoas com diabetes. É uma das complicações mais prevalentes, especialmente entre aqueles com glicemia descontrolada.

Como a glicemia elevada contribui para o desenvolvimento da neuropatia?

A glicemia descontrolada é um dos principais fatores que contribui para o desenvolvimento da neuropatia diabética.

Quando o nível de glicose no sangue está constantemente elevado, os nervos podem sofrer danos devido à inflamação e à falta de nutrição adequada, que são causadas pelo excesso de glicose.

Este processo danifica as fibras nervosas, prejudicando a comunicação entre os nervos e o resto do corpo.

Fatores de risco para a neuropatia diabética

Além do controle inadequado da glicemia, outros fatores podem aumentar o risco de desenvolver neuropatia diabética:

  • Tempo de diagnóstico do diabetes: Quanto mais tempo uma pessoa viver com diabetes, maior a probabilidade de desenvolver neuropatia.
  • Níveis elevados de colesterol e pressão arterial: O controle inadequado desses fatores pode agravar o dano aos nervos.
  • Sedentarismo: A falta de atividade física aumenta o risco de complicações diabéticas, incluindo a neuropatia.
  • Tabagismo: Fumar pode prejudicar a circulação sanguínea, aumentando o risco de lesões nervosas.

Estratégias para a prevenção da neuropatia diabética

A boa notícia é que a neuropatia diabética pode ser prevenida ou retardada com medidas simples e eficazes. Abaixo, as principais estratégias para prevenir essa complicação:

Monitoramento da glicemia

Manter os níveis de glicose dentro da faixa recomendada pelo médico é a principal estratégia para prevenir a neuropatia diabética. Isso pode ser feito por meio de ajustes na dieta, no uso de medicamentos e monitoramento constante dos níveis de glicose no sangue.

  • Plano alimentar: Comer alimentos com baixo índice glicêmico, ricos em fibras e nutrientes, ajuda a controlar a glicose no sangue.
  • Medicamentos: Insulina e medicamentos orais podem ser prescritos para controlar os níveis de glicose, sempre sob orientação médica.

Prática regular de exercícios físicos

A atividade física regular é essencial para controlar o diabetes e melhorar a circulação sanguínea, que é vital para a saúde dos nervos.

Caminhadas, natação e atividades de baixo impacto são altamente recomendadas para quem tem diabetes.

Acompanhamento médico constante

Visitas regulares ao endocrinologista, oftalmologista e neuropediatra (se necessário) são fundamentais para monitorar os sinais de complicações e ajustar o tratamento.

Exames periódicos de função nervosa e outros testes preventivos podem ajudar a detectar a neuropatia em seus estágios iniciais.

Controle de colesterol e pressão arterial

Manter o colesterol e a pressão arterial sob controle pode ajudar a proteger os nervos de danos adicionais.

Dietas balanceadas, medicamentos e mudanças no estilo de vida, como evitar o álcool e o tabagismo, podem ser eficazes.

Cuidados com os pés e mãos

A neuropatia diabética pode afetar a sensação nas extremidades, tornando mais difícil perceber lesões, cortes ou infecções.

É essencial fazer uma inspeção diária dos pés e das mãos, manter a pele hidratada e usar calçados confortáveis e adequados.

Como identificar os primeiros sinais da neuropatia diabética?

O diagnóstico precoce da neuropatia pode evitar a progressão para estágios mais graves. Os principais sintomas iniciais incluem:

  • Formigamento, queimação ou dor nas extremidades
  • Perda de sensibilidade em mãos e pés
  • Dificuldade em perceber feridas ou lesões
  • Dor intensa ao toque ou ao movimento
  • Alterações na digestão ou na função urinária (em casos mais avançados)

A eficácia das intervenções multidisciplinares na prevenção da neuropatia diabética

Uma revisão publicada em junho de 2024 destaca a importância das abordagens multidisciplinares na prevenção e manejo da neuropatia diabética.

O estudo enfatiza que a colaboração entre diferentes profissionais de saúde, como endocrinologistas, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas, ajuda no diagnóstico e no tratamento eficaz da neuropatia diabética.

Segundo a pesquisa, a intervenção precoce e a monitoração contínua, especialmente em pacientes com comorbidades como hipertensão e dislipidemia, podem reduzir o risco de complicações graves, como amputações.

A abordagem integrativa, que envolve a educação em saúde e a adaptação de tratamentos específicos para cada paciente, melhora o nível  glicêmico e a saúde, o que é fundamental para prevenir o agravamento da neuropatia.

Além disso, o estudo sugere que a implementação de programas de prevenção em nível comunitário, com a participação de diferentes especialistas, pode ter um impacto positivo na redução da incidência de neuropatia diabética, especialmente em populações de risco.

Esses programas não apenas ajudam na detecção precoce de sintomas, mas também promovem a adesão ao tratamento e ao autocuidado, aspectos essenciais no controle da doença.

O papel da alimentação na prevenção da neuropatia diabética

Um plano alimentar personalizado e adequado às necessidades de cada pessoa impacta diretamente na prevenção da neuropatia diabética.

A relação entre alimentação e saúde nervosa é cada vez mais reconhecida, e estudos apontam que certos nutrientes podem ajudar a proteger os nervos dos danos causados pelos altos níveis de glicose no sangue. 

Além disso, uma alimentação equilibrada pode melhorar a circulação sanguínea e reduzir a inflamação, fatores que mantêm a saúde dos nervos e evita complicações graves como a neuropatia diabética.

Saiba mais: 

Alimentos ricos em antioxidantes são particularmente importantes na prevenção da neuropatia, pois ajudam a combater o estresse oxidativo, um dos principais causadores de danos aos nervos. Frutas como berries (morango, amora e framboesa), vegetais de folhas verdes escuras, nozes e sementes, todos ricos em antioxidantes, são fundamentais para fortalecer o sistema nervoso e reduzir os efeitos do envelhecimento celular.

Vitaminas do complexo B, especialmente B1 (tiamina), B6 (piridoxina) e B12 (cobalamina), atuam  na função nervosa e na proteção contra a neuropatia. A vitamina B1 ajuda a prevenir a formação de lesões nos nervos, enquanto a B6 está envolvida no metabolismo das proteínas e é essencial para o funcionamento adequado dos nervos. 

A vitamina B12, por sua vez, é fundamental para a formação de mielina, a substância que reveste os nervos e garante a transmissão eficiente dos impulsos elétricos. A deficiência dessas vitaminas pode levar a problemas neurológicos graves, sendo especialmente preocupante para pessoas com diabetes, que têm maior risco de deficiência dessas vitaminas.

Ácidos graxos essenciais, como os encontrados em peixes oleosos (salmão, atum e sardinha), sementes de linhaça e chia, e no azeite de oliva, são fundamentais para a saúde das membranas celulares, incluindo as membranas dos nervos. Esses ácidos graxos têm propriedades anti-inflamatórias que ajudam a reduzir o risco de lesões nos nervos periféricos, comuns na neuropatia diabética.

Fibras alimentares, tanto solúveis quanto insolúveis, impactam no monitoramento da glicemia. Elas ajudam a retardar a absorção de glicose no intestino, estabilizando os níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, diminuindo a probabilidade de danos aos nervos. Alimentos ricos em fibras, como aveia, leguminosas (feijão, lentilha e grão-de-bico), frutas com casca e vegetais, são essenciais para a dieta de pessoas com diabetes, contribuindo tanto para a saúde intestinal quanto para o controle glicêmico.

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