Quais são as principais complicações do diabetes? Entenda

Sabia que as complicações do diabetes podem afetar de diferentes maneiras os sistemas do nosso corpo? Por isso, a prevenção e o gerenciamento são essenciais para evitar problemas mais graves.

O diabetes requer atenção constante aos níveis de glicose no sangue. Quando não gerenciados adequadamente, pode afetar outros órgãos e nossa saúde. A Organização Mundial da Saúde relata que, entre 2000 e 2019, houve um aumento de 3% nas taxas de mortalidade por diabetes.

O que o diabetes não tratado pode causar?

As complicações do diabetes no sistema cardiovascular são as que mais inspiram cuidados: pessoas com essa condição têm mais chances de desenvolver doenças cardíacas, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral. Para reduzir esse risco, é essencial gerenciar a glicemia, a pressão arterial e os níveis de colesterol.

A doença renal também é um problema para quem tem diabetes. Por isso, é importante fazer um acompanhamento regular para detectar qualquer indício e iniciar o tratamento adequado. 

Outra complicação do diabetes é a chamada neuropatia diabética, que afeta os nervos periféricos e pode causar sintomas como formigamento, dormência, dor e fraqueza nas extremidades. Nesses casos, o gerenciamento da glicemia é fundamental para prevenir ou retardar a progressão dessa condição.

Além disso, pessoas com diabetes têm maior risco de ter problemas bucais, como doenças periodontais, cáries e infecções. Por isso, é importante manter uma boa higiene oral e fazer visitas regulares ao dentista. E não é só isso, estar de olho nos níveis de glicose pode ajudar a proteger a audição, já que o diabetes está relacionado a um maior risco de perda auditiva.

Quais são as principais complicações do diabetes?

As complicações do diabetes podem afetar várias partes do corpo e são divididas em duas categorias principais: microvasculares e macrovasculares:

Complicações microvasculares

  •  Retinopatia diabética: principal causa de cegueira em adultos em idade ativa. Afeta os vasos sanguíneos da retina, podendo levar à perda da visão.
  •  Nefropatia diabética: danos aos rins que podem evoluir para insuficiência renal.
  •  Neuropatia diabética: danos aos nervos, causando formigamento, dor, dormência e fraqueza muscular, principalmente nos membros inferiores.
  •  Pé diabético: úlceras, infecções e gangrena nos pés, que podem levar à amputação em casos graves.

Complicações macrovasculares

  •  Doença cardíaca: maior risco de infarto do miocárdio, angina e AVC.
  •  Doença arterial periférica: estreitamento das artérias que irrigam os membros inferiores, causando dor, fadiga e dificuldade de locomoção.
  •  Acidente vascular cerebral (AVC): obstrução ou rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro, podendo levar a sequelas neurológicas graves.

Outras complicações

  •  Problemas de cicatrização: feridas que demoram mais para cicatrizar devido à má circulação sanguínea.
  •  Infecções frequentes: o diabetes aumenta o risco de infecções em diversos locais do corpo, como pele, rins e bexiga.
  •  Disfunção sexual: tanto homens quanto mulheres com diabetes podem apresentar disfunção sexual.

Quais são os tipos de diabetes?

O diabetes se manifesta de diferentes formas, cada uma com suas características específicas. O diabetes tipo 1 é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Geralmente diagnosticado na infância ou adolescência, esse tipo de diabetes requer injeções diárias de insulina, já que o corpo não pode produzir essa substância por conta própria.

Já o diabetes tipo 2 é a forma mais comum da doença, representando cerca de 90% dos casos, segundo a OMS. Neste caso, o corpo se torna resistente à insulina ou não produz insulina suficiente para manter os níveis de glicose no sangue dentro da faixa normal. O diabetes tipo 2 geralmente se desenvolve em adultos, mas tem sido diagnosticado com mais frequência em jovens devido ao aumento da obesidade e ao estilo de vida sedentário. O tratamento envolve mudanças na almentação, aumento da atividade física, gerenciamento da glicose e, em alguns casos, medicação oral ou injetável.

Por fim, o diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e é caracterizado pela intolerância à glicose que se desenvolve ou é diagnosticada pela primeira vez nesse período. Embora geralmente desapareça após o parto, mulheres com diabetes gestacional têm um risco maior de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. O gerenciamento da glicemia durante a gravidez é crucial para evitar complicações para a mãe e o bebê, incluindo o aumento do risco de parto prematuro e do peso ao nascer.

Além dos tipos principais, existem outras formas menos comuns de diabetes, como o diabetes monogênico, que resulta de mutações em um único gene, e o diabetes secundário, que pode ser causado por outras condições médicas ou pelo uso de certos medicamentos. O diagnóstico e o gerenciamento do diabetes exigem uma abordagem personalizada, considerando o tipo de diabetes, as necessidades individuais do paciente e as recomendações médicas para um gerenciamento eficaz da doença.

Como fazer o acompanhamento do diabetes?

O acompanhamento médico é essencial para o gerenciamento do diabetes e a prevenção de complicações a longo prazo. O gerenciamento do açúcar no sangue permite ajustar a medicação conforme necessário e ajuda a identificar padrões e variações nos níveis de glicose. 

Também é possível identificar precocemente possíveis complicações, como problemas cardíacos, danos nos nervos e nos rins, permitindo tomar medidas proativas para prevenir ou tratar essas complicações antes que se tornem mais graves.

Cada pessoa tem o seu plano individual de tratamento e o acompanhamento regular permite adaptar o tratamento de acordo com suas necessidades específicas, personalizando as metas glicêmicas, ajustando a medicação e fornecendo orientações específicas.

Além disso, permite oportunidades para educação contínua sobre o diabetes, onde as pessoas recebem informações sobre alimentação, exercícios, automonitoramento e cuidados com os pés. O vínculo com o médico e a equipe de saúde ajuda a manter a motivação para seguir o plano de tratamento, sendo o apoio emocional importante para enfrentar os desafios do diabetes.

7 Dicas de como prevenir e cuidar do diabetes

1) Hábitos alimentares saudáveis

  • Consuma uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e legumes.
  • Reduza o consumo de sal, açúcar e gorduras.
  • Evite alimentos processados e ultra processados.

2) Atividade física regular

  • Adultos com diabetes: Pelo menos 150 a 300 minutos de atividade física aeróbica de moderada intensidade por semana, ou pelo menos 75 a 150 minutos de atividade física aeróbica vigorosa por semana.
  • Crianças e adolescentes com diabetes: Pelo menos 60 minutos de atividade física de intensidade moderada a vigorosa por dia.

3) Gerenciamento do peso

  • Mantenha o peso dentro de faixas saudáveis.
  • O excesso de peso aumenta o risco de diabetes tipo 2.

4) Evite o tabagismo e o consumo excessivo de álcool

  • O tabagismo está associado a complicações do diabetes.
  • O álcool deve ser consumido com moderação.

5) Monitoramento da glicemia

  • Acompanhe regularmente seus níveis de glicose no sangue.
  • Isso ajuda a ajustar a medicação conforme necessário.

6) Consultas médicas regulares

  • Realize consultas periódicas com profissionais de saúde.
  • Siga as orientações e prescrições médicas.

7) Gerenciamento do estresse

  • O estresse pode afetar os níveis de glicose.
  • Pratique técnicas de relaxamento, como meditação ou ioga.

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