Diabetes e dengue: riscos, cuidados e prevenção

Por que as pessoas com diabetes estão no grupo de risco quando diagnosticadas com dengue? De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, as infecções que afetam pessoas com diabetes podem ser mais graves e ter maior mortalidade, similarmente aos outros grupos de risco incluindo idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas e imunossuprimidos. 

Isso significa que, embora os sintomas da dengue possam ser parecidos para todos, quem tem diabetes deve tomar cuidados extras. Um estudo publicado pela revista científica holandesa Elsevier comprou que a relação entre diabetes e dengue é de risco. 

O resultado mostro que a hospitalização de pessoas com diabetes que contraíram dengue é de 63%. Enquanto os não diabéticos possuem, em média, 38% de risco de ficar internados. Ainda de acordo com o estudo, as pessoas com diabetes eram idosas. 

Dados fornecidos pelo Ministério da Saúde em novembro de 2023, também comprovam que é necessários maior cuidado quando existe esta relação entre diabetes e dengue. O levantamento registrou que 88,6% das mortes confirmadas no ano passado apresentavam pelo menos uma comorbidade, sendo as mais prevalentes a hipertensão arterial, com 53,3%, seguida da diabetes, com 28,8%. Desse total, houve predomínio do sexo feminino, com 52% e idade média de 66 anos.

Quem tem diabetes se pegar dengue é perigoso?

Este ano, o Brasil iniciou a imunização contra a dengue pela primeira vez. Contudo, a quantidade de vacinas é limitada, o que levou o governo a priorizar crianças e adolescentes até 14 anos em áreas com alta transmissão de dengue. Essa faixa etária é a mais impactada, com 16,4 mil hospitalizações de janeiro de 2019 a novembro de 2023.

O médico Marco Aurelio Safadi, pediatra e infectologista, coordenador do Departamento de Imunização em Diabetes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), explica que o laboratório produtor não conseguiu fornecer ao Ministério da Saúde um número maior de doses este ano. No entanto, ele ressalta que pacientes com diabetes, especialmente aqueles com a condição bem controlada, podem receber a vacina.

“Se você tem diabetes e contrair dengue, é importante ser acompanhado por unidades de saúde ou pelo seu médico para monitorar possíveis complicações”, ressalta.  Embora não haja um medicamento específico para a dengue, o tratamento é focado no alívio dos sintomas. A hidratação é fundamental para evitar complicações graves. Nos casos leves, a hidratação pode ser feita por via oral, mas nos casos mais severos, pode ser necessária a hidratação intravenosa.

Como tratar dengue em pessoa com diabetes?

Esteja atento aos sinais de alarme para as formas mais graves da doença, como vômitos, dor abdominal intensa, hemorragias, desmaios, pressão baixa e alterações no nível de consciência. Ao notar esses sintomas, procure ajuda médica imediatamente, pois podem indicar a necessidade de internação.

Quem tem diabetes tipo 2 e contrai dengue deve interromper o uso de Aspirina ou anti-inflamatórios, pois há risco de aumentar as chances de evolução para a forma hemorrágica. É aconselhável também evitar anticoagulantes, optando por medicamentos como Dipirona ou Paracetamol para o controle dos sintomas.

Lista de cuidados para pessoas com diabetes

Os especialistas alertam sobre os riscos da dengue, especialmente para pessoas com diabetes. Aqui estão algumas medidas de proteção recomendadas:

Redobre os cuidados com a água parada

Evite acumular água em recipientes, pneus, vasos de plantas e outros lugares onde o mosquito Aedes aegypti possa se reproduzir.

Evite locais muito rurais

Devido à alta incidência de dengue em áreas rurais, considere evitar visitas a essas regiões até que a epidemia seja controlada.

Vacinação

A vacinação contra dengue é recomendada para pessoas com até 60 anos.

A vacina começa a fazer efeito após duas semanas, por isso, tome precauções adicionais enquanto aguarda a imunização.

Assim que a vacina estiver disponível, é altamente recomendada a vacinação para pessoas com diabetes.

Mantenha vigilância quanto aos sintomas

Fique atento aos primeiros sintomas da dengue, como enjoo, dor de cabeça, dores no corpo e febre alta.

Se desenvolver sintomas, busque atendimento médico imediatamente.

Hidratação intensa

Em caso de dengue, mantenha-se bem hidratado para evitar complicações graves.

Controle glicêmico rigoroso

Mantenha um bom controle dos níveis de glicose no sangue, seguindo a sua terapia regularmente.

Evite exagerar no consumo de carboidratos para não piorar a glicemia.

Procure atendimento médico ao menor sinal de complicação

Fique atento aos sinais de alarme para formas graves de dengue, como vômitos, dor abdominal intensa e hemorragias.

Pessoas com diabetes devem ter preferência no atendimento médico em relação àqueles sem complicações de comorbidades.

O que é dengue?

A dengue é uma infecção viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Atualmente, os quatro sorotipos do vírus da dengue circulam no Brasil, com predomínio dos tipos 1 e 2.

Portanto, todos devem ficar vigilantes, especialmente aqueles com diabetes, para garantir a saúde e bem-estar durante os surtos de dengue.

Sintomas da dengue clássica:

A forma clássica da dengue é caracterizada por sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças virais. Os sinais mais comuns incluem:

  • Febre alta repentina;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos;
  • Dores musculares e nas articulações;
  • Perda de apetite;
  • Náuseas e vômitos;
  • Erupções cutâneas e manchas vermelhas na pele.

Esses sintomas geralmente se manifestam de 4 a 7 dias após a picada do mosquito infectado e podem durar até uma semana.

Sintomas da dengue hemorrágica

A dengue hemorrágica é uma forma mais grave da doença e requer atenção médica imediata. Os sintomas podem incluir:

  • Dor abdominal intensa e contínua;
  • Vômitos persistentes;
  • Pele pálida, fria e úmida;
  • Sangramentos pelo nariz, boca ou gengivas;
  • Manchas vermelhas ou pontos de sangue na pele;
  • Sonolência ou irritabilidade;
  • Sede excessiva e boca seca;
  • Pressão arterial baixa.

Prevenção e tratamento da dengue

Não existe tratamento específico para a dengue, mas o manejo adequado dos sintomas e a hidratação são fundamentais. É importante evitar medicamentos à base de ácido acetilsalicílico (aspirina), pois podem aumentar o risco de sangramentos. O paracetamol pode ser utilizado para controlar a febre e aliviar as dores.

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Fonte: Ministério da Saúde

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