O Brasil tem novos parâmetros para o diagnóstico precoce do diabetes. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) atualizou os critérios de diagnóstico, incluindo novos valores de glicemia que devem ser considerados após 1 hora do exame de tolerância à glicose, popularmente conhecido como curva glicêmica.
Com essas mudanças, valores de glicose acima de 209 mg/dl, após uma hora da ingestão de glicose, já podem indicar diabetes. Além disso, se a glicose estiver entre 155 mg/dl e 208 mg/dl, o médico pode considerar um risco aumentado de diabetes no futuro.
Segundo a SBD, esses novos critérios permitem que as pessoas com alterações nos níveis de açúcar no sangue possam tratar o problema de forma precoce e evitar complicações futuras. Anteriormente, o diagnóstico baseava-se em outros parâmetros de glicemia em jejum ou duas horas após a ingestão de glicose. A inclusão deste novo critério proporciona uma ferramenta adicional para detectar a condição antecipadamente.
A atualização também introduz um novo parâmetro para o pré-diabetes. Valores de glicose entre 155 mg/dl e 208 mg/dl, uma hora após a ingestão de glicose, agora são considerados indicativos de um risco aumentado de desenvolvimento de diabetes no futuro. Este novo intervalo permite aos médicos identificar indivíduos em risco e iniciar intervenções preventivas mais cedo.
Critérios atualizados para o diagnóstico precoce do diabetes
- Glicemia de jejum: Maior ou igual a 126 mg/dl
- HbA1c: Maior ou igual a 6,5%
- Glicemia no TTGO (Teste de Tolerância à Glicose Oral) -1h: Maior ou igual a 209 mg/dl
- Glicemia no TTGO -2h: Maior ou igual a 200 mg/dl
O diagnóstico precoce do diabetes possibilita o gerenciamento eficaz do diabetes, pois pode reduzir o risco de complicações graves, como doenças cardiovasculares, renais, neurológicas e até cegueira. A SBD também apresenta diversas recomendações para o diagnóstico e rastreamento do diabetes, enfatizando a importância de utilizar critérios padronizados e realizar testes laboratoriais em indivíduos com sintomas sugestivos de hiperglicemia.
O Brasil é pioneiro ao adotar esses novos critérios, o que reflete compromisso com a saúde pública. De acordo com a SBD, a motivação para essa atualização é prevenir complicações do diabetes, permitindo um melhor gerenciamento da glicose e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
Essas mudanças nas diretrizes são baseadas em evidências científicas e práticas internacionais, num esforço colaborativo da comunidade médica brasileira. Com a expansão das recomendações de rastreamento, espera-se melhorar a detecção de casos de pré-diabetes e planejar estratégias de prevenção mais eficazes. As novas diretrizes, disponíveis no site da SBD, representam um avanço no combate ao diabetes no Brasil.
Impacto do diagnóstico precoce do diabetes
A detecção antecipada do diabetes tem impacto direto na qualidade de vida das pessoas, permitindo intervenções mais assertivas e a prevenção de complicações graves. O diabetes é uma condição metabólica caracterizada por altos níveis de glicose no sangue, que podem levar a danos em diversos órgãos, vasos sanguíneos e nervos ao longo do tempo. Existem diferentes tipos, sendo os mais comuns o tipo 1, o tipo 2 e o gestacional. Cada um deles tem suas particularidades e requer abordagens distintas tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento.
Além dos testes laboratoriais, é importante estar atento aos sinais e sintomas típicos da hiperglicemia, como aumento da sede (polidipsia), da fome (polifagia) e da produção de urina (poliúria), além de perda de peso inexplicada e cansaço. Sintomas sugestivos como visão turva, infecções recorrentes e má cicatrização de feridas também podem ser indicativos.
O diagnóstico precoce do diabetes permite o início imediato de medidas para gerenciar a glicemia e evitar ou retardar as complicações associadas à condição. Mudanças no estilo de vida, como um plano alimentar adequado e personalizado, além de atividade física regular, são fundamentais, assim como o uso de medicamentos orais ou insulina, quando necessário.
Embora o diabetes seja uma condição de longo prazo, um diagnóstico precoce, um plano de tratamento bem estruturado e personalizado podem ajudar os pacientes a viverem vidas saudáveis. Pois, a conscientização sobre os fatores de risco e os seus sinais fazem com que as pessoas busquem ajuda médica a tempo.
Fatores de risco para o diabetes
Os fatores de risco para o diabetes são variados e incluem aspectos genéticos, comportamentais e ambientais. Entre os principais fatores de risco, destacam-se:
Idade
O risco de desenvolver diabetes tipo 2 aumenta com a idade, especialmente após os 45 anos.
Histórico familiar
Ter pais ou irmãos com diabetes eleva as chances de desenvolver a doença.
Sobrepeso e obesidade
O excesso de peso, particularmente quando a gordura está concentrada ao redor da cintura, pode aumentar a resistência à insulina.
Sedentarismo
A falta de atividade física contribui para o sobrepeso e pode aumentar a resistência à insulina.
Hipertensão arterial
Pressão alta é comum em pessoas com diabetes tipo 2.
Níveis anormais de colesterol e triglicerídeos
Níveis baixos de HDL (colesterol “bom”) e altos níveis de triglicerídeos estão associados ao risco de diabetes tipo 2.
Diabetes gestacional
Mulheres que tiveram diabetes gestacional ou que deram à luz a bebês com mais de 4 kg têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Síndrome do ovário policístico
Mulheres com esta condição têm maior risco de desenvolver diabetes.
Tabagismo
O hábito de fumar pode aumentar o risco de diabetes tipo 2.
Doenças cardiovasculares
Pessoas com histórico de doenças cardíacas têm maior risco de diabetes.
🎯Fique atento!
Ter um ou mais fatores de risco não significa que a pessoa desenvolverá diabetes, mas indica a necessidade de monitoramento regular. Além disso, a adoção de um estilo de vida saudável para reduzir as chances de desenvolver a condição. Mudanças na alimentação, aumento da atividade física e manutenção de um peso saudável são medidas de prevenção e podem retardar o início do diabetes tipo 2.
Para aqueles que já possuem fatores de risco, a recomendação médica é realizar exames periódicos para monitorar os níveis de glicose no sangue. Mas sempre consulte um profissional de saúde para obter orientações personalizadas e para discutir as melhores estratégias de prevenção e gerenciamento do diabetes.
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