Hiperglicemia: o que é e quais os sintomas? Entenda agora

A hiperglicemia acontece quando os níveis de glicose no sangue ficam mais altos do que o esperado. Essa condição é diagnosticada quando a glicose no sangue passa de 125 mg/dL após um jejum de oito horas ou de 180 mg/dL duas horas depois de uma refeição.

Você sabia que a hiperglicemia está ligado ao diabetes? Uma situação em que o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue usar a insulina de maneira eficaz.

Os sintomas da hiperglicemia podem surgir aos poucos e podem incluir sede constante, fome persistente, urinar com frequência e em grande quantidade, perda de peso sem explicação, cansaço, sonolência, visão embaçada, dores de cabeça, boca seca, dor muscular, coceira genital, disfunção erétil em homens e infecções vaginais frequentes em mulheres.

Se a hiperglicemia não for controlada, a pessoa pode desenvolver diabetes e ainda com complicações, ao evoluir para uma condição chamada cetoacidose diabética, que precisa de atenção médica imediata.

Quais as causas da hiperglicemia?

A hiperglicemia pode ser resultado de diversos fatores:

  • Produção insuficiente de insulina pelo pâncreas;
  • Resistência das células à insulina;
  • Estilo de vida sedentário;
  • Alimentos ricos em carboidratos e açúcares;
  • Estresse e doenças que aumentam os níveis de hormônios que elevam a glicose no sangue.

Como diagnosticar a hiperglicemia?

Os médicos avaliam os sintomas e realizam exames de sangue, como glicemia em jejum, teste de tolerância à glicose e hemoglobina glicada. Esses testes medem a quantidade de glicose no sangue e ajudam a verificar como está o controle glicêmico ao longo do tempo.

Quando um episódio de hiperglicemia é identificado, é importante tomar algumas medidas imediatas. Primeiramente, é essencial manter-se hidratado, pois beber água ajuda a diluir a concentração de glicose no sangue. Além disso, o monitorar os níveis de glicose utilizando um glicosímetro para acompanhar a evolução da condição. Caso os níveis estejam altos, atividades físicas leves podem ser benéficas, pois ajudam a baixar a glicose no sangue de maneira segura.

Para o controle a longo prazo da hiperglicemia, deve-se seguir um plano alimentar equilibrado com a orientação de um nutricionista. Também manter uma rotina regular de exercícios físicos contribui para o controle dos níveis de glicose. O uso de medicamentos ou insulina conforme a prescrição médica também faz parte do tratamento, assim como o acompanhamento frequente dos níveis de glicose, que permite ajustes no tratamento conforme necessário.

A prevenção da hiperglicemia envolve educação constante: adotar hábitos saudáveis de vida, como uma alimentação equilibrada e atividade física regular e acompanhamento médico regular. A recomendação da Sociedade Brasileira de Diabetes (SDB), caso os sintomas de hiperglicemia persistam ou piorem se deve buscar ajuda médica.  Além disso, retornar ao médico se os níveis de glicose no sangue permanecerem elevados mesmo após as medidas iniciais. Sintomas de cetoacidose diabética, como hálito com odor frutado, náuseas ou vômitos, são indicativos de que a situação se agravou.

Sinais e sintomas típicos

  • Poliúria;
  • Polidipsia;
  • Polifagia;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Desidratação.

Sinais e sintomas sugestivos

  • Noctúria;
  • Visão turva;
  • Cansaço;
  • Infecções recorrentes (Candidíase e Periodontite);
  • Má cicatrização de feridas;
  • Albuminúria transitória em pacientes com DM1 com menos de 5 anos de doença.

Quais são os riscos da hiperglicemia?

Doenças cardiovasculares

A hiperglicemia pode aumentar o risco de várias doenças cardiovasculares, incluindo cardiopatia isquêmica, acidente vascular cerebral (AVC) e doença vascular periférica.

Nefropatia diabética

Também conhecida como insuficiência renal diabética, é uma consequência grave da hiperglicemia, onde os níveis elevados de glicose no sangue causam danos aos pequenos vasos sanguíneos nos rins.

Retinopatia diabética

A hiperglicemia pode danificar os vasos sanguíneos da retina, potencialmente levando à cegueira. É uma das principais causas de perda de visão em adultos em idade produtiva.

Neuropatia diabética

O excesso de glicose pode lesar os nervos ao longo do corpo, causando dor, formigamento e perda de sensação, principalmente nas extremidades como mãos e pés.

Cetoacidose diabética

Uma condição aguda e potencialmente fatal que ocorre quando o corpo não tem insulina suficiente, levando ao acúmulo de cetonas no sangue, o que pode causar náuseas, vômitos e, em casos graves, coma.

Complicações na pele

A hiperglicemia pode resultar em condições de pele, como infecções bacterianas e fúngicas, e dificuldade na cicatrização de feridas.

Alterações dentárias

Pessoas com hiperglicemia podem ter um risco aumentado de doenças periodontais, que afetam as gengivas e a estrutura óssea que sustenta os dentes.

Complicações na gravidez

A hiperglicemia pode aumentar o risco de complicações durante a gravidez, como pré-eclâmpsia, parto prematuro e problemas de saúde no recém-nascido.

Como se cuidar em caso de hiperglicemia?

Primeiros passos no manejo

  • Hidratação: beber água ajuda a diluir a concentração de glicose no sangue;
  • Monitoramento: usar um glicosímetro para acompanhar os níveis de glicose;
  • Exercício físico: atividades leves podem ajudar a baixar a glicose no sangue.

Tratamento e gerenciamento a longo prazo

  • Seguir um plano alimentar equilibrado, com orientação de um nutricionista;
  • Manter uma rotina regular de exercícios físicos;
  • Utilizar medicamentos ou insulina conforme prescrição médica;
  • Monitorar os níveis de glicose regularmente.

Critérios atualizados para diagnóstico de diabetes e pré-diabetes

1. Glicemia de jejum (mg/dl)

  • Normal: Valores abaixo de 100 mg/dl são considerados normais;
  • Pré-diabetes: Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl indica um estado de pré-diabetes;
  • Diabetes Mellitus (DM): Valores iguais ou superiores a 126 mg/dl são sugestivos de diabetes.

2. Glicemia ao acaso (mg/dl) + sintomas

  • Normal e Pré-diabetes: Não há um critério específico para normalidade ou pré-diabetes com glicemia ao acaso;
  • Diabetes Mellitus (DM): Um valor de glicemia ao acaso igual ou superior a 200 mg/dl, associado a sintomas como sede excessiva, aumento da urina, e perda de peso inexplicável, é sugestivo de diabetes.

3. Glicemia de 1 hora no Teste Oral de Tolerância à Glicose (TTGO) (mg/dl)

  • Normal: Valores abaixo de 155 mg/dl são considerados normais;
  • Pré-diabetes: Valores entre 155 e 208 mg/dl indicam pré-diabetes;
  • Diabetes Mellitus (DM): Valores iguais ou superiores a 209 mg/dl indicam diabetes.

4. Glicemia de 2 horas no Teste Oral de Tolerância à Glicose (TTGO) (mg/dl)

  • Normal: Glicemia de até 139 mg/dl após duas horas é considerada normal;
  • Pré-diabetes: Glicemia entre 140 e 199 mg/dl sugere pré-diabetes;
  • Diabetes Mellitus (DM): Valores iguais ou superiores a 200 mg/dl confirmam o diagnóstico de diabetes.

5. Hemoglobina Glicada (HbA1c) (%)

  • Normal: Um valor de HbA1c abaixo de 5,7% é considerado normal;
  • Pré-diabetes: Níveis de HbA1c entre 5,7% e 6,4% indicam um risco elevado de diabetes;
  • Diabetes Mellitus (DM): Um valor de HbA1c igual ou superior a 6,5% é diagnóstico de diabetes.

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Fonte: SBD

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